segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

nossa canção

despertou com o azedo de sempre na boca ensopando o peito de dor, ceifando seus pulmões. sobretudo agora sentia aquele cheiro, aquele de que a outra sempre lhe falara, que sempre estivera ali, quase claro aos olhos. impregnando a roupa do dia novo. e que sempre lhe fora em vão. emulava a canção favorita dela, mas a música era o que faltava. foi fazer seu pão-picadinho-com-queijo-e-geléia. recuou dois passos para enxergar melhor, curvou as costas para frente, e sentiu a pinçada.
"fui morta", concluiu.