segunda-feira, 26 de setembro de 2011

ontem


ante todo o silêncio, o grito.
o tempo não passou. itervalou. o espaço entre eles, num átimo de abismo, fez-se. e desfez-se. voltou a urdir, mesmo na impossibilidade de se encararem. transformou-se num ruído de vida. como se tudo – e digo absolutamente tudo - se resumisse num domingo calado de uma tarde cinza. (porque a vida emudece aos domingos, vale lembrar). 
o sol se pondo refletia na mesa encapada com uma toalha quadriculada-azul-bebê-que-doi-a-vida. puída e rasgada. a vida, digo, a toalha. 
era para ser assim?, perguntava-se. desde sempre?, continuava, num sem parar de indagações. 
como o sangue coagulado começasse a dissolver, mergulhou a mão na água fria da correnteza. de uma vida incerta.
baixou a cabeça e pensou pequenininho: "existiu primeiro um destino escolhido; existiu depois uma circunstância propícia". neste momento, o sangue voltou a escorrer de suas mãos. não sentiu nada, a não ser certo amortecimento nos lábios, que lhe roubava os minutos numa espécie de freio contínuo.

2 comentários:

  1. eu queria entender esse janken-pon!! ela colocou papel ou tesoura? ;))

    e vou te comprar um toalha quadriculada vermelha pra você fazer um piquenique comigo nesse sábado, tá bom?

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